top of page

ELE (JEREMIAS) MORRE A.C.


Jeremias viveu tempos de mudança. Cresceu durante o reinado do rei Josias (639 – 609 a.C), quando Judá estava em paz e o rei, os sacerdotes e o povo dedicaram-se a revitalização da fé e do culto mosaico. Morreu por volta de 580, exiliado no Egito, quando Judá não era mais uma nação, Jerusalém estava em ruinas, o tempo fora destruído por um incêndio e os judeus haviam sido deportados para o exílio na Babilônia. Sua vida atravessou por ultimo 20 anos do império assírio destruído pelos Babilônicos (612 – 605 a.C) e os primeiros 20 anos do império neobabilônico (605 – 539 a.C). Ele era e tinha de ser “um homem para todas as nações”.

Jeremias nasceu em Anotot, alguns quilômetros ao norte de Jerusalém, em uma família sacerdotal, e foi chamado á missão de profeta em tenra idade (c.626). Durante os mais de quarenta anos que serviu como profeta (626 – 580), o reino de Judá passou por uma reforma religiosa (626 – 609); três guerras contra o Egito a.C em 609; contra a Babilônia, em 597 e 587; três exílios (597, 587 e 582) e cinco reis davídicos, a saber: Josias 639 – 609, Joacaz, durante três meses em 609, Joaquim, 609 – 597; Loiakin, durante três meses em 597 e Sedecias 597 – 587.

Durante esses anos; Judá passou de um período mais brilhante de sua história (nos o rei Josias) para o mais sombrio 609 – 587 de todos os 443 anos da dinastia davídica 1025 – 587.

Poucas figuras da história estiveram envolvidas no destino de uma nação de maneira tão crucial quanto Jeremias. Ele pregou a renovação da aliança sob o rei Josias em 621. Sobreviveu ao primeiro exílio 597 e o segundo 587 e no cerco de Jerusalém. Viu o templo destruído, Jerusalém devastada e o povo levado ao exílio na Babilônia. No final, ele próprio foi forçado ao exilio no Egito. Ali morreu apedrejado, como afirma a lenda, nas mãos do seu próprio povo.

Com exceção talvez de Jesus e Paulo, conhecemos mais sobre Jeremias como indivíduo do que sobre qualquer outra pessoa em toda a história de Israel. Sabemos por suas palavras que era um místico calmo e amante da paz, enviado por Deus, contra suas propensões, para repreender reis, acusar os compatriotas judeus de infidelidade a aliança e, em troca, atrair sobre si mesmo o desdém, o desprezo e o ódio homicida dos inimigos.

Jeremias não queria ser profeta. A missão profética era sinal certo de problemas. Ele queria paz. Não a teve. Seus próprios parentes planejaram sua morte (Jr 11, 18-12,6). O sumo sacerdote Poshehur mandou açoita-lo e deixa-lo amarrado no pelourinho durante toda a noite (Jr 20,1-2). Pregou contra os abusos no templo, foi condenado a morte e escapou por um triz (Jr 26) teve de se esconder durante a maior parte dos doze anos de reinado do rei Joaquim. Quando um livro de seus sermões foi lido diante do rei, este o jogou ao fogo, página por página (Jr 36). Durante o cerco de (588 – 587), primeiro foi preso e posto na prisão, depois jogado em uma cisterna para morrer. Foi salvo, no último instante por seu amigo etíope o eunuco ébad-melek (Jr 38). Quando as babilônicos tomaram Jerusalém, encontraram Jeremias acorrentado com outros judeus, aguardando a deportação para Babilônia (Jr 40,1-6). Jeremias descreve seus sofrimentos interiores em suas famosas confissões (Jr 11,18-12,6; 15,10-21; 17,12-18; 18,18-23; 20,7-18).

Levando tudo em conta, ninguém na história de Israel foi mais parecido com Jesus do que Jeremias. Jesus ensinou em parábolas; Jeremias também. Jesus chorou por seu povo; Jeremias também. Jesus foi açoitado, preso e condenado á morte; Jeremias também. No final, a tragédia de Jerusalém no tempo de Jesus compara-se á tragédia de Jerusalém no tempo de Jeremias.

Jesus profetizou a distribuição de Jerusalém e do templo pelos os romanos; Jeremias profetizou a destruição de Jerusalém e do templo pelos babilônicos. Em ambas os casos, a profecia se realizou: 587 a.C, pelos babilônicos, no ano 70 d.C pelos romanos. Jeremias se parecia com Jesus em tantos pontos que os judeus no tempo de Jesus perguntavam a si mesmo se Jesus poderia ser Jeremias ressuscitado dos mortos (cf. Mateus 16,14).

Algumas características: homem místico, dotado de uma capacidade do coração humano para o sofrimento, influenciou profundamente na sociedade do seu tempo que a ele seguiram e produziam salmistas e autores sapienciais que sondaram a profundezas do coração do profeta. Sua vida foi um fermento e um fogo que empregou os ossos de Israel depois de exilio e preparou o caminho para aquele que veio para lanças um fogo semelhante na terra e vê-lo inflamado nas vidas de santos inumeráveis. Sua mensagem foi ao mesmo tempo mais pessimista e a mais otimista que se poderia imaginar. O seu, Deus é um Deus esperança, de promessa, de poder e com vontade indômita de fazer do povo de Israel um povo “santo”.

Lendo o livro em sua ordem atual, você, encontrará os seguintes tópicos:

Parte I: Vocação de Jeremias 1,1-19

Parte II: A pregação de Jeremias de 626 – 604 a.C. (2,1-20,18)

Parte III: Profecia contra os reis e os falsos profetas (21,1-25,38)

Parte IV: Material biográfico e a nova aliança (26,1-33-26)

Parte V: Desobediência e destruição (34,1-39,18)

Parte VI: Desobediência até o fim (40,1-45,5)

Parte VII: Coletânea de oráculos contra as nações e conclusão (46,1-52,34)

  1. Oráculo contra as nações (46,1-51,64)

  2. Conclusão do livro (52,1-34)

Bibliografia:

  • O profetismo, das origens da época moderna, Jesus assurmend. Ed.Paulinas.

  • Os profetas e os livros proféticos, S. Amaler, assurmend, f. Anmaud, R. Martin – achard. Ed. Paulinas.

  • Bíblia de Jerusalém, ed. Paulus.

  • Bíblia, edição pastoral, ed. Paulus.

  • Comentários bíblicos, Diane Bergunt; ESN, Robert F. Korris, OFM Ed. Loyla.

Lembrando que se lê assim: capitulo 2,1 até capitulo 20,8.


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page